Você deve conseguir ganhar a faixa preta de Jiu-Jitsu sem usar kimono?

Você deve conseguir ganhar a faixa preta de Jiu-Jitsu sem usar kimono?

Poucos temas no Jiu-Jitsu brasileiro geram tanto debate quanto as promoções de cinturões. A jornada da faixa branca à preta é um aspecto definidor da experiência de todo Jiujiteiro, simbolizando anos de dedicação, crescimento e maestria. Mas o que acontece quando esta jornada tradicional se cruza com a evolução do esporte – especificamente a ascensão do grappling sem kimono? Os praticantes que treinam exclusivamente sem kimono deveriam ser elegíveis para a faixa preta de Jiu-Jitsu, arte marcial profundamente enraizada em suas tradições com kimono?

Este debate é particularmente relevante na era do grappling moderno, com escolas como o 10th Planet Jiu-Jitsu e organizações como o ADCC mostrando a legitimidade e a profundidade técnica do Jiu-Jitsu sem kimono. Mas fica a dúvida: a ausência do kimono significa a ausência da faixa preta?

O argumento tradicional: o kimono é essencial

Para muitos, o kimono é parte indispensável do Jiu-Jitsu brasileiro. O treino de kimono não só permite ao praticante trabalhar com pegadas e controles específicos do traje, mas também enfatiza a disciplina e a tradição da arte.

Os defensores do kimono argumentam que sua presença ensina humildade e paciência, já que o ritmo mais lento da luta com o kimono muitas vezes exige movimentos mais deliberados e estratégicos. Além disso, o kimono é visto como uma ferramenta de nivelamento, eliminando as vantagens atléticas frequentemente prevalecentes na luta livre sem kimono e forçando os praticantes a se concentrarem na técnica em vez da força ou velocidade.

Nessa perspectiva, ganhar a faixa preta de Jiu-Jitsu sem nunca vestir o kimono pode ser visto como um desvio de um componente crucial da arte. Para os tradicionalistas, o kimono representa mais do que um uniforme, é uma conexão com as raízes do Jiu-Jitsu.

O argumento moderno: sem kimono é sua própria arte

Por outro lado, o grappling sem kimono evoluiu para uma disciplina distinta, com técnicas, estratégias e conjuntos de regras próprios e únicos. Bloqueios de perna, controle de pulso e transições geralmente desempenham um papel mais proeminente no grappling sem kimono do que no Jiu-Jitsu com kimono. Atletas como Gordon Ryan e Craig Jones demonstraram que o grappling sem kimono é uma forma de arte técnica por si só, capaz de ficar ombro a ombro com o Jiu-Jitsu tradicional.

Os defensores das faixas pretas sem kimono argumentam que a experiência nesta disciplina deve ser reconhecida independentemente da experiência com kimono. Afinal, se o objetivo do Jiu-Jitsu é eficiência e adaptabilidade no grappling, os praticantes sem kimono que alcançam a maestria deveriam ser elegíveis para a mesma classificação que seus colegas de kimono. Escolas como a 10th Planet adotaram essa abordagem, concedendo cinturões aos praticantes sem kimono com base na habilidade e no tempo passado nos tatames.

Praticantes sem kimono devem receber faixas pretas?

A questão, em última análise, se resume à perspectiva. Se o Jiu-Jitsu brasileiro for definido estritamente por suas tradições de kimono, então a ausência de treinamento com kimono pode desqualificar alguém para ganhar a faixa preta. No entanto, se o Jiu-Jitsu for visto como um sistema de luta mais amplo – abrangendo técnicas com e sem kimono – então uma faixa preta sem kimono poderia ser justificada.

Um compromisso potencial é introduzir sistemas de classificação separados para praticantes com e sem kimono. Dessa forma, os profissionais poderiam receber reconhecimento por sua experiência em qualquer uma das disciplinas, sem confundir as duas. Outra opção é os instrutores avaliarem caso a caso os praticantes sem kimono, garantindo que eles atendam aos padrões da faixa preta, independentemente do traje.

Um ato de equilíbrio entre tradição e evolução

O debate sobre a faixa preta sem kimono reflete uma conversa mais ampla sobre a evolução do Jiu-Jitsu brasileiro. À medida que o desporto continua a crescer e a diversificar-se, a sua comunidade deve navegar no equilíbrio entre preservar a tradição e abraçar a inovação.

Se os praticantes sem kimono devem ou não ganhar faixas pretas no sistema tradicional de Jiu-Jitsu, provavelmente continuará sendo um tema quente nos próximos anos. Mas uma coisa é certa: tanto o Jiu-Jitsu com quanto sem kimono são componentes valiosos do mundo do grappling, merecedores de reconhecimento e respeito.

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