O veterano faixa-preta Chris Haueter refletiu recentemente sobre como a evolução do treinamento do Jiu-Jitsu brasileiro moldou sua eficácia – e as percepções dos praticantes sobre os confrontos do mundo real.
Haueter revisitou os primórdios do Jiu-Jitsu brasileiro, quando as lutas desafiadoras eram um campo de provas para a eficácia da arte:
Se você tem uma escola de artes marciais, afirma que ensina artes marciais e recusa um desafio, isso é uma espécie de covardia.
Numa época em que as artes marciais eram vistas através das lentes de técnicas estilizadas de filmes, essas lutas forneceram uma validação concreta da superioridade do Jiu-Jitsu:
Se você é faixa preta de Jiu-Jitsu brasileiro e o Jiu-Jitsu ainda não foi exposto ao mundo inteiro, e todos que você conheceu achavam que o chute giratório para trás de Chuck Norris era a técnica definitiva…
Você saberia, sem sombra de dúvida, que se conseguisse fechar essa lacuna, uma vez iniciado o clinche, você venceria.
No entanto, Haueter expressou preocupação sobre como as práticas de formação modernas podem criar expectativas irrealistas para os profissionais em cenários do mundo real.
Sua esposa, também faixa preta de Jiu-Jitsu, compartilhou reservas semelhantes:
Acho que as pessoas têm uma falsa sensação de segurança ao se deitarem de costas, puxarem a guarda ou usarem a guarda-aranha, ou o que quer que seja.
Haueter reconheceu a divergência entre o Jiu-Jitsu esportivo e suas raízes marciais:
E eu diria até que o MMA atual, em alguns aspectos – pelo menos na mente e no espírito – está mais próximo do que era o Jiu-Jitsu naquela época do que o que uma escola de Jiu-Jitsu esportivo é hoje, na mente e no espírito.
Baseando-se em experiências pessoais, Haueter também abordou os perigos de deixar o ego conduzir os confrontos fora dos tatames…
Também abordando a trágica morte de Leandro Lo:
E eu recomendo fortemente a todos que não sigam meu caminho e sejam um daqueles caras que tem um chip.
Pelo que aconteceu, aquele cara foi totalmente humilhado a ponto de voltar e matar (Leandro Lo), certo?
Preguiça Jiu-Jitsu: você pode ser lento e pouco atlético e ainda assim arrasar no Jiu-Jitsu.