Marcelo Garcia, amplamente considerado um dos maiores praticantes de Jiu-Jitsu brasileiro de todos os tempos, sempre teve uma abordagem única ao treinamento. Em entrevista recente ao Jordan faz Jiu-Jitsu, Marcelo compartilhou insights sobre por que ele priorizou o rolamento e a prática técnica em vez da força e do condicionamento durante sua carreira lendária.
Foco no treinamento inteligente
Marcelo explicou que a sua capacidade de treinar eficazmente sem lesões significativas foi fundamental para o seu sucesso:
“Eu era muito bom em me machucar menos do que meus oponentes. Foi isso que me fez treinar mais que eles”, ele disse. Para Marcelo, treinar de forma inteligente não significa treinar menos, mas sim treinar de forma a evitar desgastes desnecessários:
“Temos que treinar com inteligência. Quando digo treinar de forma inteligente, não significa treinar menos ou treinar suavemente – treinei muito.”
Rolando como treinamento de força
Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, Marcelo não dependia de programas de força e condicionamento:
“Sei que no passado mencionei que não fiz muita força e condicionamento. Na maior parte das vezes, apenas rolei para ganhar força e condicionamento”, ele confirmou. Apesar desta abordagem pouco convencional, ele competiu contra adversários que muitas vezes eram muito maiores e supostamente usavam substâncias para melhorar o desempenho:
“Não acho que as pessoas percebam, mas muitos dos caras que enfrentei usavam esteróides e eram enormes. Mesmo na minha categoria, sempre fui mais baixo e todos se sentiam maiores – não apenas em peso, mas em comprimento.”
Um Testamento para a Técnica
A escolha de Marcelo de focar apenas no Jiu-Jitsu diz muito sobre sua confiança em sua técnica:
“Se você não está levantando pesos e ainda está vencendo esses caras levantados, isso diz muito sobre sua técnica,” ele observou. Para Marcelo, essa abordagem não se tratava apenas de resultados, mas de se manter fiel aos princípios do Jiu-Jitsu.
“O principal objetivo do Jiu-Jitsu é provar que a técnica pode vencer a força”, ele disse.
Arrependimentos ou reflexões?
Quando questionado se se arrependia de ter submetido seu corpo a anos de intensa competição, Marcelo foi reflexivo, mas positivo:
“Não posso me arrepender porque gostei muito disso. Competir me deu muita felicidade”, ele compartilhou. No entanto, ele reconheceu que o desgaste físico de sua carreira é algo que ainda sente hoje:
“Obviamente, estou pagando o preço agora. Quando acordo de manhã, sinto isso.”
Sem suplementos, sem atalhos
Marcelo revelou outro detalhe surpreendente sobre seu regime de treinamento:
“As pessoas não têm ideia – eu nem estava fazendo uma dieta suplementar. Sem shakes de proteína, sem pré-treinos, nada”, ele disse. Sua confiança em métodos naturais de treinamento ressalta sua dedicação em dominar a arte do Jiu-Jitsu em sua forma mais pura.
A filosofia de treinamento de Marcelo Garcia é uma prova de sua crença no poder da técnica e do trabalho duro. Ao focar inteiramente no Jiu-Jitsu, ele não apenas alcançou um sucesso incomparável, mas também permaneceu fiel aos princípios fundamentais da arte. Sua história serve de inspiração para profissionais de todos os níveis, provando que habilidade e determinação podem superar até os desafios mais assustadores.