O aumento do número de mulheres participando do Jiu-Jitsu e Grappling Brasileiro está remodelando o esporte para melhor. Mais mulheres do que nunca estão treinando, competindo e conquistando títulos de prestígio em eventos como os campeonatos do ADCC e da IBJJF. Com este crescimento, no entanto, surge a necessidade de discussões sobre etiqueta e respeito nos tatames – especialmente quando se trata de praticantes do sexo masculino treinando com mulheres.
Em recente aparição no podcast de André Galvão, a campeã do ADCC Adele Fornarino compartilhou informações valiosas sobre o que os homens devem evitar ao rolar com parceiras de treino femininas. Os seus conselhos esclarecem questões comuns e oferecem orientações práticas para promover o respeito mútuo na formação.
1. Não interrompa constantemente as jogadas com explicações
Um dos erros mais frequentes é parar um teste para explicar técnicas, especialmente quando uma parceira está tendo sucesso. Fornarino destacou a importância de deixar o rolo fluir naturalmente.
“Não pare a cada três segundos para explicar algo… apenas role”, disse ela, enfatizando que interromper pode minar a confiança e atrapalhar o ritmo do treinamento. O feedback e o aconselhamento técnico, acrescentou ela, devem ser guardados para depois da sessão, quando ambos os parceiros puderem discutir as técnicas de uma forma construtiva.
2. Esteja atento às diferenças de força
Fornarino também abordou a importância do gerenciamento da força física durante o treino. Ela encorajou os praticantes do sexo masculino a concentrarem-se na técnica em vez de confiarem no tamanho e na potência, especialmente quando treinam com parceiras femininas tecnicamente qualificadas.
“Esteja ciente da discrepância de força, tente ser técnico, não tente apenas ser maior e mais forte”, explicou ela. Esta abordagem não só cria um jogo mais equilibrado e agradável, mas também permite que ambos os parceiros melhorem as suas competências técnicas sem se sentirem sobrecarregados.
3. Combine a intensidade do seu parceiro
Outro ponto importante que Fornarino levantou foi sobre os níveis de intensidade. Os homens devem evitar fazer suposições de que suas parceiras querem rolar levemente ou com menos intensidade. Em vez disso, devem avaliar e adaptar-se ao ritmo escolhido pelo parceiro.
“Não presuma que eles querem um rolo mais leve. Combine sua intensidade”, disse ela. Isso garante respeito mútuo e uma melhor experiência de treinamento para ambos.
Respeito além do papel
Fornarino também enfatizou o reconhecimento de técnicas bem-sucedidas sem interromper o fluxo do rolo. Elogios e feedback devem vir após a rodada, mantendo o foco na sessão de treinamento e ao mesmo tempo mantendo o ímpeto.
Construindo um melhor ambiente de treinamento
O Jiu-Jitsu brasileiro é celebrado por sua inclusão e pela ideia de que qualquer pessoa, independentemente de tamanho, sexo ou origem, pode prosperar. À medida que mais mulheres sobem aos tatames e se destacam nas competições, é essencial que os praticantes do sexo masculino garantam que os ambientes de treino permaneçam acolhedores e respeitosos.
Ao evitar interrupções, respeitar a dinâmica de força e combinar a intensidade, os praticantes do sexo masculino podem contribuir para um ambiente mais solidário e igualitário para todos. Afinal, o objetivo do Jiu-Jitsu é o crescimento e o aprendizado mútuos – e isso começa com o respeito mútuo.
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