Roland Sarria, figura fundamental nos esportes de combate do Arizona e fundador do evento Rage in the Cage MMA, recentemente compartilhou sua história no Podcast Lytes Out. Sua decisão de se autopromover à faixa preta de Jiu-Jitsu Brasileiro no final da década de 1990 continua sendo um capítulo fascinante e controverso na história do esporte.
Primeiras lutas no Jiu-Jitsu
Roland descreveu os desafios que enfrentou como faixa-marrom treinando em uma cultura que parecia exclusiva. Refletindo sobre um momento crucial, ele disse:
“O Rigan Machado me ligou… eu era faixa-marrom na época e ele me pediu para fazer uma super luta com o David Meyers. Eu disse: ‘Bem, não sou faixa-preta’, e Rigan respondeu: ‘Vamos, Roland, você pode competir com faixas-pretas’”.
Esse incentivo o levou a competir contra um faixa-preta, onde a luta terminou sem pontuação e com vantagem para o adversário. Roland relembrou o resultado:
“Um brasileiro veio até mim e disse: ‘Quem te promoveu?’ Olhei para ele e disse: ‘Você viu a partida, certo? Pareço ser faixa preta? Ele não disse nada e eu acrescentei: ‘Deus disse’”.
Roland destacou a falta de caminhos estruturados para o avanço nas academias em que treinou, incluindo a de Rickson Gracie. Ele lembrou:
“A escola Rickson Gracie não estava estruturada; era muito primitivo, um tanto desorganizado. Foi como estar no Brasil e apenas treinar.”
A frustração cresceu à medida que ele testemunhava indivíduos talentosos sendo ignorados em promoções. Ele comentou:
“Deve haver um pouco de frustração, especialmente quando você dedica toda a sua vida e tempo a alguma coisa.”
Desconexão Cultural e Independência
A decisão de Roland de se autopromover também foi motivada por uma incompatibilidade cultural. Ele compartilhou sua percepção do meio ambiente:
“Tudo o que eles queriam fazer – muitos deles – era fumar maconha e qualquer outra coisa. E eu não gostava muito disso.”
Este choque de valores e prioridades inspirou-o a traçar o seu próprio caminho. Quando questionado se alguma vez se sentiu envergonhado por sair dos sistemas de promoção tradicionais, Roland afirmou com firmeza:
“Não, claro que não. Não nasci para ser ovelha; Eu nasci para ser um leão.”
A perspectiva mais ampla
A história de Roland não é única; outros, nos primeiros dias do Jiu-Jitsu nos EUA, enfrentaram obstáculos semelhantes. Ele discutiu isso, dizendo:
“Joe Parau, em nossa entrevista, disse que em algum momento você percebe que nunca vai chegar à faixa preta. Alguns caras saíram porque não estavam recebendo as promoções que acreditavam merecer.”
As reflexões de Roland esclarecem as barreiras que muitos praticantes encontraram nos anos de formação do esporte fora do Brasil. A sua decisão controversa, mas ousada, de autopromover-se sublinha o seu compromisso em romper essas barreiras.
O legado da autopromoção
Hoje, a jornada de Roland continua a suscitar debate na comunidade do Jiu-Jitsu. Sua história é emblemática da luta por reconhecimento e independência nos primórdios do esporte nos Estados Unidos, inspirando uma nova perspectiva sobre o que significa ganhar a faixa preta.
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