Em um episódio do Matburn podcast, os faixas-pretas de jiu-jitsu brasileiro Keenan Cornelius e Josh Hinger compartilharam algumas reflexões sinceras sobre o que realmente significa ser um “campeão mundial” no mundo do Jiu-Jitsu.
Há alguns anos, Josh Hinger escreveu um artigo comparando as divisões adulto e master em competições de alto nível. A questão central era se vencer o Campeonato Mundial Master realmente qualifica alguém para se autodenominar “campeão mundial”.
Tanto Keenan Cornelius quanto Josh Hinger concordam que apenas dois torneios – o Campeonato Mundial da IBJJF na faixa-preta adulta e o Campeonato Mundial ADCC – fornecem legitimidade para se promover como um verdadeiro “campeão mundial”. Embora reconheçam que vencer o Mundial Master é uma conquista impressionante e digna de comemoração, eles enfatizam que apresentar-se como “campeão mundial” em vez de “campeão mundial master” é ao mesmo tempo enganoso e enganoso.
Cornelius e Hinger criticaram especificamente os competidores que reivindicam o status de campeões mundiais após vencerem torneios abertos como NAGA ou Grappler’s Quest, eventos que, embora desafiadores, não têm o mesmo peso dos Campeonatos Mundiais da IBJJF ou do ADCC. Esses eventos, segundo os dois, são onde surge a verdadeira nata da cultura.
Keenan Cornelius não se conteve, comentando: “Ah, sim, mas isso tem sido desenfreado no jiu-jitsu desde sempre. As pessoas dizem que são campeões mundiais quando ganham um NAGA só porque é o Campeonato Mundial NAGA. Eles estão por aí dizendo que são campeões mundiais.” Sua frustração foi repetida por Hinger, que destacou: “Se você afirma ser campeão mundial faixa-preta quando na verdade não foi isso que você ganhou, acho que isso é enganoso”.
A discussão destacou como os fãs casuais, desconhecedores da vasta hierarquia dentro da competição de Jiu-Jitsu, podem facilmente ser induzidos ao erro de acreditar que alguém é um campeão mundial de primeira linha quando não competiu nos níveis mais altos. Esta questão, argumentaram eles, tem sido difundida na comunidade do jiu-jitsu, com muitos praticantes, intencionalmente ou não, inflacionando suas conquistas para aumentar sua credibilidade.
Cornelius elaborou esse ponto, dizendo: “Há muita desinformação no jiu-jitsu. É muito fácil falsificar coisas e as pessoas simplesmente aceitam isso. É tipo, cara, tem muito o que aprender no jiu-jitsu. Essa é provavelmente uma das coisas que eles precisam aprender – como se esse cara fosse um campeão mundial. Existem tantos campeões mundiais que todos são campeões mundiais. Então eles dizem, ‘Oh, ele é um campeão mundial’”.
Tanto Cornelius como Hinger enfatizaram que vencer qualquer competição é um feito digno de reconhecimento, mas sublinharam a necessidade de honestidade e especificidade na promoção das próprias realizações. Eles observaram que vencer na faixa inferior ou master, embora impressionante, não significa ser um verdadeiro campeão mundial na faixa-preta.
Para Cornelius e Hinger, a comunidade do Jiu-Jitsu deve manter um padrão mais elevado de integridade quando se trata de títulos e elogios. A sua mensagem é clara: ser campeão mundial deve significar competir e vencer no auge do desporto, e não simplesmente aproveitar vitórias regionais mais pequenas.
Concluindo, Cornelius afirmou: “Não, você não é Campeão Mundial de Jiu-Jitsu se não venceu a faixa-preta adulta no Mundial da IBJJF ou no ADCC”. Para esses dois experientes faixas-pretas, o verdadeiro prestígio do status de campeão mundial pertence apenas àqueles que conquistaram os palcos de elite do jiu-jitsu brasileiro.
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