Em uma recente discussão por vídeo, o veterano do ADCC Brandon Reed abordou as acusações de saco de areia feitas a ele e seu companheiro de equipe Michael Pixley após suas atuações dominantes em competições de faixa-roxa. O termo “sandbagging” no Jiu-Jitsu Brasileiro (BJJ) refere-se a atletas que competem em níveis de faixa mais baixos do que sua habilidade ou experiência sugeririam, muitas vezes gerando debates acalorados na comunidade.
Reed respondeu abertamente às reivindicações, apontando que nem ele nem Pixley haviam vencido a concorrência anteriormente. “Nenhum de nós ganhou este torneio no ano passado. Nenhum de nós ganhou o mundial faixa-roxa também”, explicou, enfatizando ainda que as vitórias recentes foram conquistadas com muito esforço e não sem esforço. “Fiquei em segundo, Pixley não ficou e nenhum de nós finalizou todos os adversários neste fim de semana”, acrescentou, ressaltando a falta de domínio total que alguns críticos podem associar ao sandbagging.
A ironia de sua situação, observou Reed, remonta aos seus primeiros dias no Jiu-Jitsu. Na faixa-branca, competiu contra faixas superiores, às vezes perdendo, mas também conquistando vitórias. “Quando perdi para eles, todo mundo ficou tipo ‘ah, cara, está tudo bem, você sabe que vai melhorar’. Quando eu os vencia, as pessoas diziam ‘ah, você é um saco de areia, por que você é faixa-branca?’” Essa inconsistência nas percepções, argumenta Reed, destaca a natureza complexa e muitas vezes contraditória de como os competidores de Jiu-Jitsu são vistos.
Tanto Reed quanto Pixley treinam Jiu-Jitsu há menos de quatro anos, fato que Reed trouxe à tona para contrariar a narrativa de que suas origens no wrestling lhes conferem uma vantagem injusta. “Nós dois praticamos jiu-jitsu há menos de 4 anos e tende a haver essa justaposição maluca sobre qual é o padrão para os lutadores”, disse ele, refletindo sobre como as proezas do wrestling tradicional às vezes distorcem as expectativas no mundo do Jiu-Jitsu.
Reed também explicou as nuances das promoções de cinturão, deixando claro que a autopromoção não é uma opção e que as decisões cabem aos seus treinadores. “Não podemos nos promover. Eu represento o Pedigo SF… para torneios faço meus camps no Pedigo SF mas meu treinador é o Chewy Jiu-Jitsu. O padrão para ser promovido é muito individual e não se trata apenas do que você sabe”, compartilhou Reed, apontando para as complexidades de determinar a progressão na classificação da faixa no Jiu-Jitsu.
Por fim, ele revelou que a passagem pela faixa-roxa estava chegando ao fim. “Eu sei que eu e Pixley estamos indo para o nosso último, ambos os nossos últimos torneios como faixa-roxa no Mundial da IBJJF, que acontecerá em cerca de um mês.” Com este anúncio, a Reed teve como objetivo acalmar as preocupações e mostrar que a sua jornada competitiva continua a evoluir dentro do sistema estabelecido.
Preguiça Jiu-Jitsu: você pode ser lento e pouco atlético e ainda assim arrasar no Jiu-Jitsu.