Rickson Gracie avalia o uso da guarda fechada por Kron Gracie no MMA

Rickson Gracie avalia o uso da guarda fechada por Kron Gracie no MMA

O cenário dinâmico do MMA moderno continua a evoluir, deixando para trás aqueles que não conseguem se adaptar. Essa dura realidade ficou evidente no UFC 310, onde Bryce Mitchell derrotou de forma decisiva Kron Gracie. A luta ressaltou as limitações de depender excessivamente do Jiu-Jitsu brasileiro em um esporte que exige equilíbrio.

Gracie, um produto da lendária família Gracie, lutou para implementar suas habilidades de luta contra Mitchell, que não apenas anulou o plano de jogo de Gracie, mas também exibiu uma trocação superior. A virada veio no terceiro round, quando Mitchell aproveitou o Gracie Jumping para a guarda fechada, desferindo um golpe brutal e uma série de cotoveladas que selaram a vitória.

A queda dos lutadores unidimensionais

Essa luta reacendeu um debate de longa data na comunidade do MMA: a especialização no Jiu-Jitsu brasileiro é suficiente para ter sucesso no MMA de hoje?

Rickson Gracie, figura lendária do Jiu-Jitsu brasileiro e do MMA, expressou opiniões específicas sobre a aplicação da guarda fechada no MMA. Ele reconhece que embora a guarda fechada seja um aspecto fundamental do Jiu-Jitsu, sua eficácia no MMA é limitada devido à permissão de golpes. Em entrevista de 2020, Rickson observou que muitos praticantes de Jiu-Jitsu hesitam em puxar para a guarda no MMA porque isso os expõe a ataques de ground and Pound, tornando-se uma estratégia menos viável neste contexto.

Rickson enfatiza a importância de adaptar as técnicas tradicionais do Jiu-Jitsu à realidade do MMA. Ele defende uma “guarda de autodefesa” feita sob medida para o MMA, que se concentra em manter a pressão e o controle para criar oportunidades de trocação e finalizações, ao mesmo tempo que minimiza a exposição a golpes da posição superior. Essa abordagem contrasta com a guarda do Jiu-Jitsu esportivo convencional, que pode não dar conta do elemento marcante presente no MMA.

Ele acrescentou que seu filho Kron Gracie usa uma ‘guarda de autodefesa’ em suas últimas lutas de MMA, principalmente contra Kawaijiri no Japão, que é seu tipo específico de guarda fechada que outros lutadores de Jiu-Jitsu não conhecem:

“Kron não é um especialista em trocação, mas ele a desenvolveu a ponto de se sentir confortável em pé. Ele não se sente obrigado a levar a luta para o chão. Quando sente que é o momento ideal, sem hesitar, ele faz e exibe uma guarda específica para MMA, bem diferente daquela usada no Jiu-Jitsu competitivo. A diferença é que, na defesa pessoal, você mantém o adversário sob pressão para ter espaço para atacar. Os lutadores de Jiu-Jitsu têm medo de entrar na guarda, porque não conhecem a guarda de autodefesa.”

Em seus ensinamentos, Rickson ressalta que o objetivo principal de um guardeiro, seja ele faixa-branca ou lutador de MMA, é fazer com que o oponente que está por cima se sinta desconfortável e pressionado, obrigando-o a cometer erros ou a tentar fugir da posição. Esta filosofia destaca a necessidade de controle e adaptabilidade ao empregar a guarda em um cenário de combate onde os ataques são permitidos.

Rickson diz em um vídeo: “Seu oponente que está por cima não consegue sentir nenhum conforto quando está dentro da sua guarda. Seu objetivo deve ser sempre fazer com que ele queira sair de lá rápido, ou enlouquecer e te atacar descuidadamente.” Ele então acrescenta: “O adversário que está por cima não pode se sentir em casa, não importa o que aconteça”.

Rickson Gracie reconhece a guarda fechada como um componente vital do Jiu-Jitsu, mas ressalta a necessidade de sua adaptação no MMA para enfrentar os desafios da trocação dos oponentes. Ele defende uma estratégia de guarda modificada que priorize o controle, a pressão e a segurança, alinhando-se com a natureza dinâmica das artes marciais mistas.

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