Marcelo Garcia conta por que não gosta de leg locks antes do confronto com Imanari

Marcelo Garcia conta por que não gosta de leg locks antes do confronto com Imanari

A renomada lenda do Jiu-Jitsu brasileiro Marcelo Garcia, celebrado por seu brilhantismo técnico e humildade, falou sobre sua antipatia por chaves de perna. Enquanto se prepara para seu tão esperado retorno à competição contra Masakazu Imanari no ONE Championship em 24 de janeiro, Garcia ofereceu um vislumbre de sua mentalidade sobre a polêmica técnica de finalização.

Uma filosofia pragmática sobre risco

As reservas de Garcia em relação às chaves de perna decorrem de sua abordagem avessa ao risco na luta agarrada. Sobre O Show de Ariel Helwaniele explicou seu raciocínio, enfatizando a dinâmica única de risco-recompensa das chaves de perna, que ele vê como uma aposta.

“Não gosto de trocar ataques de chave de tornozelo”, disse Garcia. “Eu sinto que é quase uma chance de 50%. Eu sinto que é um dos únicos movimentos que quando você ataca alguém, a pessoa pode te atacar de volta com o mesmo movimento, diferente da guilhotina, diferente do mata-leão.”

Ele comparou as chaves de perna com finalizações da parte superior do corpo, que não expõem os praticantes a contra-ataques simultâneos. Este elemento de risco mútuo não se alinha com a preferência de Garcia em manter o controle nas partidas.

“Quando você ataca alguém com guilhotina ou mata-leão, é só se defender. Você realmente não pode revidar”, ele elaborou. “Então é uma parte do jogo que não gosto de arriscar. Quero ter as probabilidades a meu favor.”

Evitando a especialidade de Imanari

Em vez de contrariar diretamente o conhecido jogo leg lock de Imanari, Garcia pretende evitar essas trocas por completo. Sua estratégia gira em torno de controlar o engajamento e aproveitar seus pontos fortes.

“O que quero dizer é que não estou entrando no jogo dele”, observou Garcia. “Acredito que tenho uma boa defesa… quero ir onde tenho mais chances, onde é como no meu jogo, no meu ataque.”

Esta abordagem calculada reflete sua filosofia mais ampla de foco em técnicas que favorecem seu estilo e atributos únicos, ao mesmo tempo que minimizam a imprevisibilidade.

Uma história de visões não convencionais

A perspectiva de Garcia sobre leg locks não é sua única postura não convencional. O altamente respeitado técnico de MMA e Jiu-Jitsu, Firas Zahabi, recentemente compartilhou insights sobre a filosofia de treinamento de Garcia durante um episódio de A experiência de Joe Rogan. Zahabi contou uma sessão em que Garcia descartou outras técnicas populares, incluindo o estrangulamento Darce e Kimura.

“Lembro-me de ir treinar com Marcelo Garcia”, compartilhou Zahabi. “Estávamos fazendo apenas um treino e ele estava me dizendo que não gosta de Darce, não ensina Darce e que não acredita em Darce… Ele também disse que não gostava de perna fechaduras, que elas não servem, o que é uma loucura. Imagine que um Palhares entra na sua academia e você fala para ele, cara, não faz chave de perna, mas esse é o jogo dele.”

A lógica de Garcia está enraizada em suas experiências competindo contra adversários maiores e mais poderosos, onde certos movimentos pareciam menos confiáveis. Zahabi refletiu: “Para ele, esses movimentos seriam válidos em adversários do mesmo tamanho que você. No entanto, ele acredita que devemos focar em técnicas que funcionem igualmente bem contra adversários de todos os tamanhos, especialmente os maiores.”

Apesar das suas opiniões pouco convencionais, o histórico de Garcia fala por si. Suas escolhas estratégicas podem não estar alinhadas com a opinião popular, mas seu sucesso consistente e adaptabilidade consolidaram seu legado como um dos maiores lutadores do esporte.

Deixe um comentário