“Especialistas em Jiu-Jitsu são os piores especialistas em MMA”

“Especialistas em Jiu-Jitsu são os piores especialistas em MMA”

O cenário dinâmico do MMA moderno continua a evoluir, deixando para trás aqueles que não conseguem se adaptar. Essa dura realidade ficou evidente no UFC 310, onde Bryce Mitchell derrotou de forma decisiva Kron Gracie. A luta ressaltou as limitações de depender excessivamente do Jiu-Jitsu Brasileiro (BJJ) em um esporte que exige equilíbrio.

Gracie, um produto da lendária família Gracie, lutou para implementar suas habilidades de luta contra Mitchell, que não apenas anulou o plano de jogo de Gracie, mas também exibiu uma trocação superior. A virada veio no terceiro round, quando Mitchell aproveitou uma tentativa fracassada de chute de Gracie, desferindo um golpe brutal e uma série de cotoveladas que selaram a vitória.

A queda dos lutadores unidimensionais

Essa luta reacendeu um debate de longa data na comunidade do MMA: a especialização no Jiu-Jitsu brasileiro é suficiente para ter sucesso no MMA de hoje? Brendan Schaub, ex-lutador de MMA e apresentador do Abaixo da cintura podcast, opinou com uma opinião forte: o Jiu-Jitsu, que já foi a pedra angular do início do MMA, agora é classificado como o “pior conjunto de habilidades especializadas” para lutadores.

“Se você é um lutador, você dita onde a luta vai”, argumentou Schaub, enfatizando que o wrestling fornece uma base mais forte tanto para o ataque quanto para a defesa no MMA. Ele continuou dizendo que, se pudesse escolher, preferiria se especializar em luta livre ou trocação em vez de Jiu-Jitsu. “O Jiu-Jitsu ocupa o terceiro lugar nessa lista”, afirmou.

As lutas de Gracie e as críticas da família

As consequências da derrota de Gracie trouxeram uma onda de críticas, até mesmo por parte de sua própria família. Cesar Gracie, tio de Kron e figura de destaque no mundo do Jiu-Jitsu, criticou publicamente suas táticas, twittando: “Nunca é uma boa ideia puxar a guarda no MMA assim. Nunca.” Esta observação provocou uma enxurrada de reações dos fãs, muitos dos quais zombaram do desempenho de Gracie e destacaram a luta histórica da família Gracie para adaptar seu estilo de luta outrora dominante ao MMA moderno.

Os fãs lamentaram a falta de trocação de Kron e sua relutância em tentar quedas significativas, com um comentando: “Deve ser o último recurso depois de você perceber que não tem chance de derrubar seu oponente. Kron nem tentou.” Outro fã apontou para a questão mais ampla, dizendo: “Nunca é uma boa ideia ser um lutador do UFC com 0 habilidade de trocação”.

A evolução do MMA

Já se foi o tempo em que praticantes puros de Jiu-Jitsu como Royce Gracie dominavam o esporte. O MMA moderno exige um equilíbrio entre trocação, wrestling e grappling, com lutadores que se destacam em uma disciplina, mas negligenciam as outras, muitas vezes ficando para trás. A atuação de Bryce Mitchell contra Kron Gracie ilustrou isso perfeitamente. Ao combinar uma forte luta defensiva com golpes precisos, Mitchell não apenas expôs as limitações de Gracie, mas também provou a eficácia de ser completo.

O comentário de Schaub destaca uma verdade incômoda para a comunidade do Jiu-Jitsu. Embora a arte continue sendo um componente crucial do MMA, ela não é mais suficiente por si só. Os lutadores que não conseguem diversificar os seus conjuntos de habilidades correm o risco de se tornarem relíquias num desporto que recompensa a adaptabilidade.

Um chamado para se adaptar

A derrota de Kron Gracie serve de alerta para aspirantes a lutadores de MMA. A dependência de uma única arte marcial, por mais eficaz que tenha sido, não é mais uma estratégia viável em um esporte que evolui constantemente. Como Schaub disse com propriedade: “Você tem que se adaptar ou será deixado para trás”.

Para a família Gracie, cujo nome é sinônimo do nascimento do MMA, essa luta é um doloroso lembrete de que a evolução não é apenas necessária, mas inevitável. E para a comunidade mais ampla do MMA, reafirma uma verdade simples: a especialização pode vencer batalhas, mas a versatilidade vence guerras.

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