Como treinador e praticante de Jiu-Jitsu brasileiro de longa data, gostaria de esclarecer algumas coisas sobre promoções e as preocupações que algumas pessoas têm sobre o sandbagging.
Em primeiro lugar, parabéns são sempre válidos para quem é promovido. Independentemente de como você se sinta no momento, é preciso muito trabalho duro, consistência, dedicação, apoio e perseverança para conquistar essa promoção. É um momento especial quando sua dedicação é finalmente reconhecida. No Jiu-Jitsu as promoções no pódio são uma tradição, mas é importante entender que nem sempre a promoção é dada ao vencedor. Já presenciei muitos atletas perderem e ainda assim serem promovidos. Isto reflete o esforço invisível – as incontáveis horas de trabalho árduo e treinamento que muitas vezes passam despercebidas. Uma promoção é um reconhecimento público do esforço que alguém fez, mesmo que a maior parte desse trabalho tenha sido feita nas sombras.
Lidando com sacos de areia
Agora, vamos falar sobre sacos de areia. É um termo usado quando atletas competem e vencem grandes torneios sem serem promovidos por longos períodos. Mas deixe-me parar aí: uma promoção após uma vitória não significa automaticamente um saco de areia. Os treinadores olham além de uma única competição. Quando um atleta compete regularmente, seu treinador acompanha sua jornada mais ampla de crescimento e conquistas. O que quem está de fora vê é apenas aquele momento: a promoção de um evento específico. Mas o que vemos como treinadores é a história completa: meses ou até anos de treino, treino nos tatames, competição e superação de inúmeros desafios.
Alguns atletas são promovidos depois de anos perdendo na classificação atual, subindo e, eventualmente, subindo ao topo da divisão. Mesmo assim, isso não significa que eles vencerão todas as partidas – significa que eles demonstraram habilidade, ética de trabalho e potencial para seguir em frente em sua jornada no Jiu-Jitsu. Afinal, cada classificação é apenas mais um capítulo na jornada de autoaperfeiçoamento de um praticante ao longo da vida.
O equívoco sobre comparação de classificações
Também existe um equívoco comum sobre a comparação de classificações. A diferença no nível de habilidade entre um faixa azul experiente e um faixa roxa de seis meses pode muitas vezes ser mínima. O que realmente os separa é o seu potencial e o seu esforço. Cada atleta é único, com dons, tipos de corpo, ética de trabalho e potencial individual diferentes. Um bom treinador não promove apenas com base em vitórias ou derrotas. Em vez disso, avaliam o crescimento pessoal, tendo em conta estas diferenças individuais. É por isso que nem todas as classificações são iguais. Mesmo na faixa preta, os níveis de habilidade variam muito, mas isso não torna um menos legítimo que o outro.
Para quem não é treinado, uma simples vitória ou derrota pode parecer o único marcador de sucesso. Porém, o Jiu-Jitsu não se trata apenas de quem vence quem. Trata-se de crescimento, prontidão e capacidade de enfrentar os desafios do próximo nível.
Refletindo sobre sua própria jornada
Por último, para aqueles que questionam se a promoção de alguém foi merecida ou que presumem que eles ou seus filhos enfrentaram um “arrepio” na competição: desafio vocês a refletirem sobre o padrão pelo qual seu próprio cinturão está sendo mantido. O objetivo não é ofender, mas sim chamar a atenção para as diferenças de instrução, treinamento e padrões entre as várias escolas. Em vez de criticar o momento de conquista de outra pessoa, talvez seja hora de perguntar ao seu treinador como você pode melhorar seu próprio jogo.
Alimento para reflexão.
Escrito pelo Faixa Preta Marcus Dempsey – Proprietário da Science of Jiu-Jitsu, New Orleans, LA
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