Campeão de Jiu-Jitsu, medalhista de bronze do ADCC e lutador do UFC, Ryan Hall passa seu tempo treinando igualmente com kimono, sem kimono e em pé, mas não tem intenção de retornar às competições de jiu-jitsu. Desiludido com o esporte, ele sente que não há como voltar atrás, assim como sua mudança da faculdade para o jiu-jitsu.
Em entrevista mais antiga, após derrotar BJ Penn com uma chave de calcanhar no UFC, Hall abriu sua opinião sobre o cenário moderno do Jiu-Jitsu.
Embora acompanhe as novidades do esporte e elogie o progresso das mulheres no jiu-jitsu, Hall não vê lugar para si entre os competidores de hoje. Ele relembra: “Coisas que foram cruciais para minha jornada não estão mais presentes”.
Hall tem grande respeito pela geração mais velha de atletas de jiu-jitsu, como Lucas Lepri, Marcelo Garcia e Fernando Tererê, que se destacaram em todos os aspectos do jogo – passes, quedas, raspagens, guarda e finalizações. Ele se sente sortudo por ter treinado em uma época onde o MMA era o objetivo final e havia respeito mútuo entre os praticantes de jiu-jitsu e de MMA.
No entanto, Hall critica o estado atual do jiu-jitsu, descrevendo a cultura moderna como “desagradável” e desaprovando as atitudes do “durão” vistas nos torneios. Ele acha esse comportamento, especialmente de “nerds que lutam”, embaraçoso.
Ele se lembra de uma época em que os melhores atletas não dependiam de conversa fiada nas redes sociais, mas demonstravam suas habilidades e competitividade dentro e fora da competição. Naquela época, os atletas procuravam provar sua superioridade dominando vários estilos para se tornarem mais eficazes.
“Naquela época, as ações falavam mais alto que as palavras e era fácil identificar as melhores”, reflete Hall.
Hall acredita que o recente fluxo de novos eventos e promoções diluiu o esporte, tornando um desafio distinguir atletas verdadeiramente completos daqueles que são simplesmente mais comercializáveis. Ele critica a atual geração de lutadores que, alimentados pelas redes sociais, não respeitam o trabalho árduo e a autenticidade que o atraíram originalmente para o esporte.
“Ninguém quer ouvir ameaças vazias. Mostre-me, não me diga”, afirma Hall.
Hall se esforça para defender seus valores como artista marcial, dentro e fora dos tatames, sem buscar fama nem fortuna.