Keenan Cornelius, uma das figuras mais habilidosas e reconhecidas do mundo do Jiu-Jitsu Brasileiro, sempre foi uma força a ser reconhecida nos tatames. No entanto, em uma recente discussão franca, ele lançou luz sobre um capítulo mais sombrio e menos conhecido de sua jornada – seu tempo na Atos BJJ Academy em San Diego. No recente podcast Eu sou péssimo no Jiu-Jitsu, Cornelius falou sobre a alienação, grupos culturais e obstáculos sociais que enfrentou, o que o levou a estabelecer sua própria academia, Legion BJJ, e abraçar o que ele hoje chama de “American Jiu-Jitsu. ”
“Nunca me senti aceito”
Refletindo sobre suas experiências na Atos, Cornelius afirmou: “Era um ambiente difícil. Quando você treina com atletas de elite, você espera que as batalhas sejam acirradas, mas o que eu não previ foi o quão isolado seria. Havia uma forte cultura de camarilha brasileira. Eles falavam português entre si e havia essa barreira tácita. Não importa o quanto eu trabalhasse, eu sentia como se estivesse do lado de fora, olhando para dentro.”
Segundo Cornelius, essa divisão não se resumia apenas à linguagem. Estava profundamente enraizado em laços culturais que, na sua opinião, tornavam a integração quase impossível para os estrangeiros. “Eles não eram apenas parceiros de treinamento,” ele explicou. “Eles eram um grupo muito unido, com uma história compartilhada e uma camaradagem que eu nunca consegui penetrar.”
Direcionado nos tapetes
Além dos aspectos sociais, Cornelius também destacou os desafios que enfrentou durante os treinamentos. “Havia muita estratégia acontecendo”, ele disse. “Muitas vezes eu me encontrava em situações em que parecia que o objetivo era descobrir maneiras de me desligar. Não se tratava de aprender juntos ou de ajudar uns aos outros a melhorar – tratava-se de me vencer.”
Embora alguns possam ver isso como parte do ambiente de alto risco do treinamento de elite, Cornelius sentiu que isso ultrapassava os limites. “Quando você está em um lugar onde deveria construir um ao outro, mas em vez disso se sente um alvo, pode ser mentalmente exaustivo”, ele revelou.
O impulso para criar uma legião de Jiu-Jitsu
Estas experiências levaram Cornelius a uma decisão crucial: criar um espaço próprio. Ele abriu o Legion BJJ em San Diego, que ele descreve como uma resposta ao que sofreu. “Eu queria construir algo diferente” Cornélio enfatizou. “Queria uma academia onde todos, independentemente da sua origem, se sentissem bem-vindos e apoiados. Não se trata de panelinhas; trata-se de comunidade e crescimento.”
Legion BJJ também se tornou a base do que Cornelius chama de “Jiu-Jitsu Americano”. Em suas palavras, “O Jiu-Jitsu americano não é uma questão de nacionalidade. Trata-se de romper com tradições restritivas e criar um ambiente aberto e inovador onde todos possam prosperar. Trata-se de tornar o Jiu-Jitsu acessível, inclusivo e em constante evolução.”
Transformando Adversidades em Oportunidades
Embora Cornelius tenha enfrentado desafios significativos durante seu tempo na Atos, essas lutas acabaram se tornando um catalisador para a transformação. Ele compartilhou, “Sou grato por todas as experiências, mesmo as difíceis, porque elas me moldaram e me incentivaram a trilhar meu próprio caminho. Legion BJJ e American Jiu-Jitsu são a personificação da resiliência, inovação e inclusão.”
Hoje, Keenan Cornelius se destaca não apenas como um competidor de elite, mas como um líder que usou seu passado para construir um futuro melhor para si e para seus alunos. Ao fazer isso, ele causou um impacto duradouro no mundo do Jiu-Jitsu – prova de que o crescimento muitas vezes vem da adversidade e, às vezes, construir seu próprio espaço é a melhor maneira de encontrar aceitação.
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