
- As alegações de assédio de Carina Santi BJJ incluem cheiro indesejado perto do pescoço, tatear e ser sufocada propositalmente até ficar inconsciente – descrita em uma entrevista recente.
- A faixa-preta feminina diz que o comportamento foi normalizado como “rodadas difíceis”, com as mulheres em menor número e pressionadas ao silêncio.
- A história reflete dados mais amplos que mostram que o assédio é generalizado no Jiu-Jitsu; as academias precisam de regras claras, caminhos de comunicação e fiscalização dos treinadores agora.
- Esta peça expõe o que Santi alega, como isso se esconde à vista de todos e as soluções específicas que protegem os alunos sem matar a intensidade.
História de assédio de Carina Santi no Jiu-Jitsu: “Isso não é coragem, isso é ultrapassar os limites”
No centro da história de assédio de Carina Santi BJJ estão as violações de limites disfarçadas de cultura.
Santi diz que os parceiros se inclinaram para cheirar seu pescoço, tatearam durante as rondas e até a “dormiram” de propósito em estrangulamentos – incidentes que ela diz acontecerem mais de uma vez e foram deixados de lado como parte do treinamento.
“Não só uma vez, várias vezes… cheiro no pescoço, tateio. Sofri preconceito, dormi em estrangulamentos propositalmente por machismo. Sofri várias coisas.”
– Carina Santi –
Em um podcast recente, ela também descreve o choque que surge após o primeiro incidente – e depois o segundo – quando a reação da sala ensina você a ficar quieto.
“Eu não sabia o que estava acontecendo.”
– Carina Santi –
Quem é Carina Santi?
Carina Santi é faixa preta de jiu-jitsu brasileiro de Júlio Pinheiro e membro de longa data do G13 BJJ, reconhecida por pódios em grandes eventos, incluindo os Campeonatos Europeu e Sul-Americano da IBJJF, Campeonato Brasileiro e Aberto Internacional de São Paulo.
Ela conquistou a faixa preta em 2014 e segue ativa no circuito AJP/UAEJJF; os perfis oficiais da atleta listam sua nacionalidade como brasileira e 35 anos.
Santi enfrentou oposição da elite (por exemplo, ADCC e principais chaves da IBJJF) e retirou-se brevemente do ADCC 2022 devido a circunstâncias posteriormente substituídas no card. Além dos tatames, ela competiu recentemente no fisiculturismo, ganhando prêmios em seu show de estreia.


A desculpa de ‘apenas treinar’ que permite que os esquisitos patinem
O problema que Santi sinaliza – e muitas mulheres reconhecem – é a história de capa. Em salas lotadas, “ir mais forte” torna-se um álibi útil.
A passagem de pressão mascara a persistência intencional; um teste de “ritmo de competição” desculpa mãos que não pertencem; um estrangulamento de “apenas um cochilo de treinamento” transforma a dominação em uma piada. Quando o treinador dá de ombros ou não está observando, a mensagem para os alvos é clara: endureçam-se ou saiam.
O custo, sugere Santi, não são apenas hematomas – são oportunidades que desaparecem, seminários que param e reputações destruídas por sussurros depois que você se manifesta.
Não é apenas ‘uma academia’
A reação ao assédio de Carina Santi no Jiu-Jitsu tocou num nervo porque mapeia padrões que a comunidade já conhece: as mulheres estão em menor número no tatame; o poder geralmente está nas mãos dos treinadores homens; e o assédio feminino no Jiu-Jitsu é frequentemente rotulado erroneamente como “acidente” ou “intensidade”.
Pesquisas e relatórios realizados nos últimos anos revelaram consistentemente que a maioria das mulheres no Jiu-Jitsu sofreram assédio, com parcelas significativas apontando parceiros de treinamento e instrutores como a fonte.
Esses números explicam por que o relato de Santi viajou tão rápido – e por que muitos leitores não precisaram de contexto extra para acreditar nele.
“O que os outros dizem sobre você não define você… Você não é o que dizem. Você é o que deseja ser.”
– Carina Santi –
Regras na parede, consequências no tapete
“Mudança cultural” é abstrata; as políticas não são. Se uma academia quer manter sua intensidade e sua gente, aqui está o manual que funciona em salas que já funcionam limpas:
- Publique as regras onde as pessoas rolam. Explique a conduta proibida (apalpar, asfixia “brincadeira”, contato pós-toque, comentários sexuais), além das consequências exatas.
- Nomeie um caminho de relatório que não seja um beco sem saída. As opções devem incluir um contato feminino e um canal anônimo. Não prometa nenhuma retaliação e, em seguida, cumpra essa promessa.
- Dê autoridade para remoção de treinadores – e apoie-os. Se alguém ultrapassar a linha, a rodada termina agora. Os infratores reincidentes sentam-se ou são expulsos, e não “conversam” indefinidamente.
- Aperte as áreas cinzentas. Nada de “piadas” com engasgos. Nenhuma pressão persistente no peito ou no quadril depois que uma posição é conquistada. Redefina as posições após toques – sempre.
- Audite a sala. Mantenha registros de incidentes, limpe os tapetes entre as aulas, exija um kit novo por sessão e publique os padrões para que todos possam ver. A questão não é óptica; é a segurança básica da academia de Jiu-Jitsu.


Treine duro, não sujo
A lição do assédio de Carina Santi no Jiu-Jitsu não é higienizar o sparring – é remover as desculpas que permitem que o comportamento predatório se misture ao sparring.
Alta intensidade e padrões elevados podem – e devem – coexistir. Quando uma academia publica regras, ensina-as durante os fundamentos e aplica-as às terças-feiras às 19h, os alunos sentem isso.
Quando os líderes tratam as violações como erros técnicos a serem corrigidos imediatamente, a sala se recalibra. É assim que você evita que o comportamento mais desagradável se esconda no espaço entre “role mais forte” e “você está exagerando”.
Santi entregou à comunidade um ponto de decisão claro. Podemos esperar pela próxima história viral – ou escrever, ensinar e impor um padrão que torne a próxima história menos provável.
Isso significa dizer a mesma coisa ao novo faixa-branca e ao melhor faixa-roxa da sala: consentimento e respeito são técnicas que você pratica, como retenção de guarda. O resto – rounds difíceis, ritmo acelerado, preparação real para a luta – fica melhor, e não pior, quando todos sabem onde estão as linhas.



