Vários campeões de Jiu-Jitsu de renome mundial, incluindo Matheus Gabriel, Meyram Maquine, Ary Farias e Thalison Soares, abordaram publicamente as chocantes acusações contra o técnico Alcenor Alves. Alves, um instrutor faixa preta, está sob prisão temporária após acusações de abuso sexual de pelo menos 12 crianças durante um período de 15 anos.
As alegações trouxeram à luz abusos profundamente preocupantes dentro da comunidade do Jiu-Jitsu e estimularam apelos por maior vigilância para proteger os jovens atletas.
O Bravo Testemunho de Matheus Gabriel
O bicampeão mundial de Jiu-Jitsu Matheus Gabriel está entre as vítimas que se manifestaram. Em emocionante entrevista à TV Globo, Gabriel detalhou os abusos que sofreu quando criança enquanto treinava com Alves.
Gabriel contou que o primeiro incidente ocorreu quando ele tinha apenas 11 anos, durante uma viagem para disputar um campeonato. “Viajamos muito para competir em São Paulo e no Rio. Uma noite, acordei com ele me tocando. Eu estava em choque. Não sabia como reagir”, revelou.
A coragem de Gabriel em falar foi saudada como um passo fundamental para descobrir a dimensão dos alegados crimes de Alves, que deixaram um impacto duradouro nas vítimas e nas suas famílias.
Prisão e investigação em andamento
Alcenor Alves foi apreendido durante uma competição de Jiu-Jitsu para crianças e adolescentes em Santa Catarina. A Polícia Civil do Amazonas, cumprindo mandado, o acusou de estupro de vulnerável e exploração sexual.
Juliana Tuma, investigadora principal, destacou os pontos em comum entre as vítimas. “A maioria das vítimas vinha de famílias de baixa renda e enfrentava vulnerabilidades econômicas e sociais. Para muitos, o Jiu-Jitsu era a única esperança de um futuro melhor”, explicou Tuma.
A investigação identificou pelo menos 12 vítimas até agora e as autoridades estão a trabalhar para descobrir detalhes adicionais sobre a extensão dos abusos.
Reações e apoio da comunidade
As revelações provocaram indignação e tristeza na comunidade do Jiu-Jitsu. A Casa Branca de Jiu-Jitsu, onde Alves atuou como diretor técnico de alto rendimento, emitiu um comunicado distanciando-se do instrutor acusado e prometendo total cooperação com as autoridades.
“Nossa escola sempre defendeu os princípios do Jiu-Jitsu e da integridade”, dizia o comunicado. “Apoiamos as vítimas e estamos empenhados em garantir que a justiça seja feita.”
Figuras proeminentes do esporte, incluindo o técnico da Checkmat, Keizer Girao, expressaram admiração pela bravura de Matheus Gabriel. “O que Matheus fez foi heróico”, disse Girão. “A sua coragem não só chamou a atenção para estes crimes hediondos, mas também proporcionou alívio e esperança a outros que sofreram em silêncio.”
Um apelo à mudança
Este caso sublinhou a necessidade urgente de medidas de salvaguarda mais fortes nas escolas e competições de artes marciais. Embora o Jiu-Jitsu seja um esporte celebrado por sua disciplina e respeito, este incidente revelou vulnerabilidades que devem ser abordadas para proteger os jovens atletas.
A comunidade do Jiu-Jitsu se uniu em torno das vítimas, prometendo tomar medidas para garantir um futuro mais seguro para todos os praticantes. “Essas ações não representam os valores do Jiu-Jitsu”, dizia um comunicado. “Devemos permanecer vigilantes para evitar tais abusos e responsabilizar os responsáveis.”
À medida que as investigações prosseguem, a bravura de Matheus Gabriel e de outros que se manifestaram serve como um poderoso lembrete da importância de falar abertamente e procurar justiça. A esperança é que este caso inspire mudanças sistêmicas para proteger atletas vulneráveis e reforce os princípios de integridade e respeito que o Jiu-Jitsu defende.
Preguiça Jiu-Jitsu: você pode ser lento e pouco atlético e ainda assim arrasar no Jiu-Jitsu.