Rickson Gracie, o lendário campeão brasileiro de Jiu-Jitsu e invicto lutador de vale tudo de 1980 a 2000, revelou recentemente em um podcast que luta contra o mal de Parkinson há quatro anos. Na entrevista, Rickson Gracie mostra o quanto o distúrbio afetou seu sistema motor, causando tremores nos braços e limitando sua mobilidade. Gracie, porém, afirma não acreditar que sua condição esteja ligada à sua extensa carreira nas artes marciais. Em sua conversa franca no podcast Order of Man, Rickson discutiu como tem lidado com o diagnóstico e seu impacto em sua vida.
Quando questionado se sua carreira de lutador poderia ter contribuído para o desenvolvimento do Parkinson, Gracie expressou incerteza. “Nunca me disseram exatamente o que causou isso. Não tenho certeza se há alguma ligação com esportes ou levar pancadas na cabeça, concussões… Só não tenho certeza se está relacionado a isso”, disse ele. Os comentários de Gracie abordam um debate contínuo sobre a ligação potencial entre traumatismo cranioencefálico em esportes de contato e o aparecimento da doença de Parkinson. Estudos indicaram que lesões na cabeça moderadas a graves podem aumentar o risco de desenvolver Parkinson devido à neuroinflamação e danos às regiões cerebrais produtoras de dopamina.
Gracie, cujo recorde oficial é de 11 a 0 em partidas de vale tudo, mas que conquistou pessoalmente um recorde de invencibilidade muito maior, tem um histórico de lutas intensas. Apesar da possível ligação entre traumatismo cranioencefálico e doenças neurodegenerativas, Gracie optou por focar em conviver bem com sua condição. Em vez de insistir nas possíveis causas, ele está adotando uma abordagem proativa no manejo do Parkinson. Ele adotou mudanças significativas no estilo de vida, incluindo cortar carne, abster-se de álcool, implementar rotinas de jejum, tomar vários suplementos e praticar fisioterapia rigorosa.
A determinação de Gracie em enfrentar seu novo desafio é evidente em sua perspectiva. “A minha ideia é vencer o Parkinson”, declarou ele, observando que embora uma cura completa possa não ser possível, ele continua empenhado em combater a doença da melhor maneira possível. Ele continua a ensinar o que chama de “jiu-jitsu invisível”, enfatizando técnicas de respiração, estratégia e disciplina mental – princípios que sempre definiram sua abordagem às artes marciais.
Refletindo sobre seu diagnóstico, Rickson compartilhou que isso não lhe causou nenhum trauma. “Estou pronto para qualquer coisa na minha vida. Aceito não apenas meus erros, mas também minhas vitórias. Aceito a vida e o que fiz, por isso estou feliz hoje. Mas esta condição neurológica abriu-me os olhos para a minha idade e para a realidade. Não mudou muito desde então, mas tenho alguns tremores nas mãos, uma certa deficiência de movimento, coisas que não tinha antes.” Apesar dos desafios, o espírito guerreiro de Gracie permanece inquebrável e ele continua a abordar cada dia com propósito e determinação.
A batalha de Gracie contra o Parkinson serve como um lembrete da resiliência e adaptabilidade que caracterizam um verdadeiro artista marcial. Embora a doença apresente novos desafios, o compromisso de Gracie com o autoaperfeiçoamento, a disciplina e a aceitação ressalta seu legado duradouro nas artes marciais e sua filosofia de superar as adversidades com força e humildade.
Preguiça Jiu-Jitsu: você pode ser lento e pouco atlético e ainda assim arrasar no Jiu-Jitsu.